O mercado automotivo brasileiro está experimentando uma significativa expansão de marcas chinesas. Em 2025, pelo menos seis novas fabricantes de automóveis e comerciais leves da China iniciarão suas operações no país, dobrando o número de empresas chinesas presentes no mercado nacional. Este movimento, apelidado por alguns como uma “invasão”, foi tema de debate no Fórum Direções Quatro Rodas – Conexão Brasil China.
Atualmente, empresas como Caoa Chery, BYD, GWM, Neta, Zeekr e JAC já comercializam veículos elétricos chineses no Brasil. A Caoa Chery, inclusive, possui produção local em Goiás, enquanto BYD e GWM planejam iniciar a fabricação em território nacional ainda este ano.
As Novas Concorrentes
As novas marcas que chegam ao Brasil são:
- SAIC (com a marca MG)
- GAC
- Geely
- Leapmotor
- Omoda & Jaecoo
- Foton (com a picape Tunland)
A General Motors tambem anunciou que no final do ano, comecara a vender o Spark, carro eletrico compacto produzido na China
A chegada destas marcas intensifica a competição no mercado e levanta questões sobre a confiabilidade dos veículos chineses e o impacto na indústria automotiva brasileira. As marcas chinesas argumentam que seus veículos são confiáveis e que já possuem um histórico positivo no mercado brasileiro.
Planos e Estratégias das Marcas Chinesas
Durante o Fórum, representantes das marcas chinesas compartilharam seus planos e estratégias para o mercado brasileiro. Ronaldo Znidarsis, líder das Operações da Zeekr no Brasil, destacou que o Brasil é um mercado prioritário para as montadoras chinesas devido ao seu tamanho (sexto maior do mundo) e ao potencial de crescimento. Ele mencionou que as montadoras chinesas conseguem oferecer preços até 30% menores que os concorrentes ocidentais.
A GAC, por sua vez, anunciou um investimento de US$ 1 bilhão no Brasil, o maior aporte da empresa fora da China. A montadora pretende comercializar veículos da marca inglesa MG, adquirida há dez anos, e planeja iniciar a produção local em um futuro próximo. Parte do investimento será destinada a um centro de pesquisa e desenvolvimento.
A GWM confirmou a inauguração de sua fábrica em Iracemápolis, interior de São Paulo, ainda neste semestre, com capacidade inicial de produção de 50 mil veículos por ano. A Omoda & Jaecoo, que lançará sua marca no Brasil em abril, anunciou a abertura de 50 concessionárias este ano e a criação de um estoque de autopeças para suporte pós-venda. A Leapmotor também planeja expandir sua rede, com 34 pontos de venda previstos.
Perspectivas e Desafios
Apesar do otimismo das marcas chinesas, alguns especialistas, como Sérgio Habib, CEO da Jac Motors, acreditam que a participação dos carros 100% elétricos no mercado brasileiro ainda será limitada, estimando uma fatia de apenas 2,3% este ano. Outros analistas, como Milad Kalume Neto, projetam um índice um pouco maior, de 4%.
A chegada em massa de fabricantes chinesas, impulsionará a procura por veiculos usados e semi-novos, fomentando assim, o mercado de leilões de veículos.
A expansão das marcas chinesas no Brasil representa uma oportunidade para os consumidores, que terão acesso a uma maior variedade de modelos e tecnologias a preços competitivos. Ao mesmo tempo, a indústria automotiva nacional enfrentará o desafio de se adaptar a essa nova realidade e manter sua competitividade.